Como
tudo nessa vida, as coisas passam por mudanças e com os jogos não é diferente,
porém também não nasce do nada. Antes do RPG, existiam os jogos de tabuleiros,
que são jogos de estratégias interativo, guiados por um conjunto de regras onde
existe um objetivo comum entre os jogadores, alguns modelos utilizam-se do uso
de miniaturas.
Alguns
dos jogos de tabuleiros, têm mais de três mil anos, que são jogos como go e
gamão, que objetivam a competição entre os jogadores e com um número máximo de
dois jogadores. Onde um utiliza estratégia e no outro temos o fator sorte,
devido à utilização de dados de seis faces. Os jogos tiveram uma grande
evolução e hoje temos os chamados jogos de tabuleiro moderno, com dinâmicas que
envolvem a utilização de dados, e/ou cartas, entre outras formas, além de uma
estratégia elaborada, apresentam temáticas diferentes, desde guerras a
trabalhos em uma cozinha, com quantidade limitada de jogadores, variando entre
dois a seis. Porém o que vai definir a forma de jogar são as escolas de
criação, com ideais bem distintos, as principais escolas são a americana e a
alemã ou européia.
O
que difere uma da outra é que na escola americana, os jogos vão eliminando os
jogadores no decorrer da partida, além de ter uma longa duração, uso de
miniaturas bem elaboradas, com poucas regras e o fator sorte é fundamental,
pois se utilizam muito os dados, como exemplo clássico no Brasil, temos o jogo War e Risk. Para os jogos da escola alemã, as regras são mais elaboradas,
além de partidas mais curtas, não havendo eliminação do jogador, pois só se
conhecerá o vencedor ao fim da partida com a soma dos pontos obtidos, a
utilização de peças de forma abstrata (cubos, cilindros, triângulos e etc.) é
outra característica, se utiliza de uma estratégia mais elaborada ou mais
profunda, o que não conta com a sorte, o foco é a mecânica e o tempo.
Mais
os jogos de tabuleiros passou por um período, onde não houve muita inovação nos
jogos, na década de 1930, foi quando esse período deixou de existir, surgindo
muitos jogos que ainda hoje são sucessos, como é o caso de Monopoly em 1935,
Risk em 1959 (nos Estados Unidos, no Brasil foi lançado em 2009), e o RPG em
1974, além de muitos outros que são referências no mundo todo, como o caso do
Magic the Gathering em 1993, Descobridores de Catan em 1995, Twilight
Imperium em 1997, Carcassone em
2000 e Puerto Rico em 2002.
Como
esse trabalho tem por objetivo tratar do RPG, vamos então saber como ele surgiu.
Na década de 1960 para a de 1970, dois jogadores de wargames (jogos da escola americana, que simulavam guerras), Gary Gygax e Dave Arneson, ambos
desiners de jogos, por meio de jogos de estratégias existentes na época,
começaram a inserir elementos de fantasia medieval, influenciados pelos livros
de J.R.R Tolkien, O Senhor dos Anéis, sucesso entre os jovens da época,
começaram a modificar as regras de jogos existentes e então criaram o jogo Chainmail, decidiram modificar mais a as
regras, acrescentando o controle de personagens individuais e interpretação,
além da cooperação; coisa que nos jogos de tabuleiros não existe, pois é cada
um por si e o controle é de exércitos inteiros. Surgiu assim o Dugeons & Dragon (D&D), com
elementos da fantasia medieval, com os seres dos livros de Tolkien, sendo única
espécie a não está presente serem os Hobbits, por ser de autoria do próprio
Tolkien.
Com
a popularidade crescente dos RPGs nos Estados Unidos, foi feita a animação Dugeons & Dragon, que em uma
tradução direta seria algo como Masmorras e Dragões, mas que no Brasil ficou
traduzido como Caverna do Dragão. Porém o D&D foi apenas o primeiro sistema
de regras criado, logo em seguida vieram muitos outros títulos, cada um com
suas próprias regras e cenários.
No
Brasil a popularidade dos RPGs, só começou a crescer na década de 1980, com a
chamada geração xerox, que eram
jovens de classe alta e que participaram de intercâmbios, com bom domínio do
inglês, pois ainda não se havia traduções para o português dos títulos existentes,
e que faziam cópias dos livros para a sua utilização, devido ao alto valor dos
livros que só eram possíveis de se conseguirem importando. No ano de 1991,
surgiu o primeiro RPG brasileiro, o Tagmar com ambientação no cenário de
fantasia medieval, como muitos, baseado nas obras de Tolkien; a empresa que o
lançou fechou no final da década de 1990.
Ainda
na década de 1990, começou-se a chegar títulos importados para tradução no
Brasil, o primeiro a ter sua versão em português foi o GURPS (Generic Universal Role Playing Sistem),
em 1995 chegou à primeira edição do D&D no Brasil, e daí por diante foram
muitos títulos que chegaram e que se criaram no Brasil durante essa década.
Com
isso vimos o surgimento do RPG tradicional, também chamado de mesa; mas podemos
encontrar no mercado várias modalidades de RPG surgidas depois da criação do
tradicional; como exemplos a aventura-solo, que vem em forma de livro, com
passos para você tomar decisões e seguir por caminhos propostos por ele; temos
o live-action, que é uma forma de
teatro, onde o jogador se caracteriza como o seu personagem e o interpreta como
se fosse um ator em cena; por fim, temos os RPGs eletrônicos, que são os
chamados MMORPG (Multi massive online Role-Playing Game), que são jogados em um computador de forma
on-line, com ambiente livre para se locomover. Mas como o foco do nosso
trabalho é o RPG tradicional, vamos conhecê-lo melhor.
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