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domingo, 22 de janeiro de 2012

RPG na Escola (Parte 1)


Vimos qual o papel do jogo na formação do homem e qual a sua importância no seu processo formativo, aprendemos um pouco sobre o RPG e todo o seu processo criativo. Agora, vamos saber como utilizá-lo na escola e quais os benefícios de utilizá-lo. Mas para tal, precisamos saber o que é a escola e qual seu papel na sociedade atual. Iremos ter uma série de post e por isso estou dividindo o post do RPG na escola em várias etapas, então vamos começar!
  
        A ESCOLA COMO REGULADOR SOCIAL

Quando pensamos em escola, pensamos nos prédios construídos que tem por função educar a população, além de ter essa definição encontrada em vários dicionário, para que sejam “cidadãos”, ou seja, modelo de pessoas que agem e pensam como o governo espera; e não um prédio para formar gente pensante e reflexiva. Mas encontramos outras significações também, como a de um grupo de pessoas que seguem a mesma tendência e forma de pensamento. Porém o termo escola vem do grego, Schóle, que era o tempo de ócio, que o jovem usa para a sua preparação antes da educação formal, onde ele era guiado por um escravo para ser educado nas assembléias..
Porém com o surgimento da burguesia, durante a Idade Média, mas precisamente entre os séculos XI e XII, a escola passou a ser de responsabilidade do estado, e assim tomou outra postura em relação ao ensino, como mostra Garcia e Queiroz (2009): O estado assumiu a responsabilidade pela educação da população em geral, tornando a escola uma instituição a seu serviço.
A escola não sofreu mudanças desde a Idade Média até o nosso tempo. Como afirma Garcia e Queiroz(2009):

Grande parte dessas práticas, condutas, hábitos, objetos etc. têm sua origem em épocas remotas. A escola origina-se com a sociedade de classe para atender à necessidade de uma educação diferenciada para as classes proprietárias, encontrando-se na Idade Média as bases da cultura escolar. (GARCIA e QUEIROZ, 2009, p. 54)

Assim vemos, que a escola foi criada para educar as classes dominantes da época, mas como o estado assumiu a responsabilidade do ensino, teve que oferecer a todos, e assim teria que passar conteúdo de uma forma que mostrasse a superioridade da classe dominante, mas que não fosse questionada pelo restante da população, por isso que o conteúdo é trabalhado de forma desarticulada, para que  não leve o sujeito a pensar e refletir sobre o que lhe cerca. Como nos mostra Garcia e Queiroz (2009):

...o modelo burocrático aplicado na escola tem cooperado para o desenvolvimento de uma cultura marcada pela desarticulação dos sujeitos entre si e pelo individualismo. [...] a educação escolar tornou-se um instrumento capaz de legitimar a superioridade dos grupos dominantes, difundindo os conhecimentos e a cultura desses grupos como os únicos que mereciam ser ensinados. (GARCIA e QUEIROZ, 2009, p. 58)

Dessa forma, podemos perceber que a forma que a escola utiliza a educação, como forma de homogeneizar a cultura, por meio da imposição da cultura da classe dominante sobre as demais, havendo um processo de aculturação da dominante sobre as demais, fazendo que se veja a cultura das elites como superior. Mas a educação da elite burocrática e a do restante da população nunca foram feitas no mesmo local, pois ambos possuem educação diferenciada, feitas em escolas com estrutura e qualidades diferentes. Como posto por Garcia e Queiroz (2009):

As ações escolares devem acontecer submetendo, supostamente, todas as pessoas às mesmas regras, tornando as ações sociais homogêneas, quando, na prática, ocorrem em lugares específicos e para classes sociais distintas. Reservam-se para os filhos das classes trabalhadoras os sistemas de ensino diferente daqueles freqüentados pelos descendentes de classes abastadas [...] (GARCIA e QUEIROZ, 2009, p. 57)

Também sobre isso Libâneo (1994) fala:

 Assim, a educação que os trabalhadores recebem visa principalmente prepará-los para o trabalho físico, para atitudes conformistas, devendo contentar-se com uma escolarização deficiente. Além disso, a minoria dominante dispõe de meios de difundir sua própria concepção de mundo [...] para justificar, ao seu modo, o sistema de relações sociais que caracteriza a sociedade capitalista. (LIBÂNEO, 1994, p. 20)

Essa diferenciação que vemos dentro da educação, é uma forma de fazer com que se cresça sabendo qual a sua posição dentro da sociedade, para que as pessoas sejam conformadas e haja uma estratificação social sem possibilidade de mobilidade por conformismo. O que torna isso possível é a forma como a escola é organizada, mostrando suas ações de forma hierarquizada, como Garcia e Queiroz (2009) expõe:
[...] na separação das séries anuais e dos níveis de ensino nos sistemas educativos, nas disciplinas que integram o currículo escolar, nos conteúdos de ensino, no desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, na separação das tarefas desempenhadas pelos profissionais que atuam na escola, na organização do tempo e do espaço escolar. (GARCIA e QUEIROZ, 2009, p. 59)

Contudo, o fato de terem uma educação diferenciada e da hierarquização, não implica dizer que não possamos ser seres pensantes e reflexivos, que tenhamos sempre que sermos conformados com a posição que tivemos, que não possamos querer seguir em frente e buscar uma posição privilegiada dentro da sociedade. Um dos problemas que podemos visualizar e que colabora para esse problema na educação, é o individualismos presente no dia a dia, cada vez mais posto pelos meios de comunicação e trabalhado dentro das escolas; onde não há um compartilhamento dos planejamentos por parte dos professore, onde há congratulações e as vezes até prêmios para os alunos com melhores notas e assim por diante. Como mostra Garcia e Queiroz (2009): “Ainda hoje, o individualismo é uma postura que dificulta promover mudanças nas práticas escolares de forma integrada, orientado por um projeto comum.” (GARCIA e QUEIROZ, 2009, p. 59)
Isso não implica dizer que a escola não pode mudar, ela é passível de mudança sim, cabe aos envolvidos em sua construção querer que ocorra a mudança, trabalhando para tal, como mostrado por Libêneo (1994, p.21): “as relações sociais podem ser transformada pelos próprios indivíduos que a integram.” Assim, uma de nossas responsabilidades é pensarmos formas de construirmos o conhecimento, para que os participantes dessa ação, sejam seres pensantes e reflexivos e que acabemos com o individualismo, indo além dessas barreiras que vimos, existe outra que ocorre dentro da sala de aula, que são as barreiras do ensino.
No post seguinte iremos ver o que deve ser mudado no ensino!! Até mais!

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