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sábado, 28 de janeiro de 2012

RPG na Escola (Parte 2)



    O QUE DEVE SER MUDADO NA PRÁTICA EDUCATIVA

Antes de sabermos o que deve ser mudado e como corrigi-lo, é necessário entendermos didaticamente o que vem a ser ensino, segundo Libâneo (1994, p. 3): “O ensino corresponde a ações, meios e condições para a realização da instrução; contem, pois, a instrução.”
Seguindo esse pensamento, instrução seria o conteúdo transmitido de forma sistematizada sobre algo, que é o processo presente dentro da escola, porém essa transmissão de conteúdo acontece de forma desarticula, sem reflexão. Porém não se deve confundir educação com educação escolar.  Pois segundo Libâneo (1994):

Educação é um conceito amplo que se refere ao processo de desenvolvimento onilateral da personalidade, envolvendo a formação de qualidades humanas – físicas, morais, intelectuais, estéticas – tendo em vista a orientação da atividade humana na sua relação com o meio social, num determinado contexto de relações humanas. (LIBÂNEO, 1994, p. 22)

Já que educação escolar é o ensino, propriamente dito, pois visa apenas a transmissão do conteúdo sem relação com a vida, tendo em vista que o principal meio de educação escolar é o ensino. Agora vamos ver quais as características do processo de ensino.

   Características do Ensino

 Aqui veremos o que acontece para gerar desinteresse por parte dos alunos, onde servirá de base para reflexão, pois não mostrarei respostas prontas e sim situações para nossa analíse.
Os avanços tecnológicos, tiram a atenção dos estudantes, pois a cada dia que passa estão mais presentes em nossas vidas e conseqüentemente, dentro das salas de aula. Porém colocar toda a culpa da falta de atenção dos alunos a aula, em cima dos aparatos tecnológicos e outros fatores, é algo passivo de reflexão por parte dos profissionais envolvidos nessa atividade, reflexão essa sobre a sua prática docente em sala.
Vamos analisar quais seriam esses pontos do ponto de vista didático, presente no livro didática de Libâneo (1994). A primeiro ponto apresentado por ele é a transmissão do conteúdo de forma mecânica, sem articulação, o que impede o pensar e refletir do aluno, e que o responsável por essa prática é o professor, pois para o aluno, ele decora até o momento de utilizá-lo, depois ignora, pois serve apenas para a nota, não tendo uma utilidade prática. Como podemos ver na passagem a seguir:

O professor passa a matéria, o aluno recebe e reproduz mecanicamente o que absorveu. O elemento ativo é o professor que fala e interpreta o conteúdo. O aluno, ainda que responda o interrogatório do professor e faça os exercícios pedidos, tem uma atividade muito limitada e um mínimo de participação na elaboração dos conhecimentos. (LIBÂNEO, 1994, p. 78)

Outro ponto apresentado é a importância dada ao livro didático, como se ele fosse o único a possuir domínio do  conteúdo e que sem ele o mesmo, não pode ser transmitido; além do que, se tem como meta, muitas vezes impostas pelos pais, acabar todo o conteúdo presente nele até o fim do ano letivo. Nesse ponto podemos perceber que está incluído o anterior, pois com o objetivo de terminar o conteúdo do livro até o fim do ano, fazendo com que o professor não se preocupe em articular o conteúdo de acordo com a realidade dos alunos.

É dada excessiva importância à meteria que está no livro, sem preocupação de torna - lá mais significativa e mais viva para os alunos. Muitos professores querem, a todo custo, terminar o livro até o final do ano letivo, como se aprendizagem dependesse de “vencer” o conteúdo do livro. (LIBÂNEO, 1994, p. 78)

Sabemos que a oralidade é uma das melhores forma de transmissão do conhecimento, o problema nisso em uma sala de aula, é que cada pessoa tem uma forma de compreender, umas mais rápido outras mais lentamente, por isso os conteúdos devem de alguma forma serem ligados, de forma que se vai preparando os alunos para entrar em novo conteúdo, além de se ter uma avaliação de forma continuada. Como encontrado em Libâneo (199):

O ensino transmissivo não cuida de verificar se os alunos estão preparados para enfrentar matéria nova e, muitas vezes, de detectar dificuldades individuais na compreensão da matéria. Com isso, os alunos vão acumulando dificuldades e, assim caminhando para o fracasso. (LIBÂNEO, 1994, p. 79)

E um último ponto que abordaremos, é justamente a aplicação do conteúdo no dia a dia, uma vez que, o ensino de forma mecaniza, como vimos no primeiro ponto, não ensina a utilidade para a vida, do que é aprendido, ainda mais quando não se tem relação com a realidade vivenciada pelos alunos; além desse fator, a sala de aula, serve como uma prisão do conteúdo, como se estivesse em outra realidade, pois o conteúdo ali aprendido não condiz com a sua vivência.

O trabalho docente fica restrito às paredes da sala de aula, sem preocupação com a prática da vida cotidiana das crianças fora da escola (que influem poderosamente nas suas condições de aprendizagem) e sem voltar os olhos para o fato de que o ensino busca resultados para a vida prática, para o trabalho, para a vida na sociedade. (LIBÂNEO, 1994, p. 79)

Com esses pontos vistos, podemos perceber que podemos fazer algo para mudar a realidade escolar, pois cabe a nós essas mudanças. Nisso, iremos ver como é possível utilizar o RPG como apoio na aprendizagem, mudando a forma de trabalho, corrigindo essas práticas, além de fazer algo que beneficiara a vivência deles.

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